Entire transcript (Portuguese), English below:
Sobre a arquitectura.
Enquanto arte, a arquitectura é uma das mais antigas da humanidade. Primeiro existiram as casas e os templos, «meios com vista a uma exteriorização: a cabana, a habitação do deus, pressupõem habitantes, homens, imagens de deuses» [Hegel, Estética]. Milénios depois, a arquitectura ganhou a sua própria teoria, com De Architectura de Vitrúvio: as construções deveriam apoiar-se em três princípios básicos - solidez (firmitas), utilidade (utilitas) e beleza (venustas).
Na arquitectura intuída de Graeme Truslove, que assina aqui um novo disco pela Crónica que mais age como compilação - todas as peças foram compostas entre 2004 e 2010 -, a teoria passa pela junção de dois extremos opostos: a composição electroacústica num meio fixo, e a improvisação livre. Por outras palavras, Intuited Architectures é uma pergunta: como se fundem duas linguagens diferentes?
A resposta estará a cargo do ouvinte, que provavelmente será o único que conseguirá avaliar, de forma independente, se o artista conseguiu realizar aquilo a que se propôs. O que esse encontrará em Intuited Architectures é uma mistura de sons electrónicos e analógicos, como gigantescas construções sonoras erguendo-se no vazio, tijolo sobre tijolo e cimento sobre cimento de forma a que o edifício final - a peça - possa perdurar no tempo. Sólido, útil e, até, ocasionalmente belo.
English (translated using Google Translate)
About architecture. As art, architecture is one of the oldest of mankind. First there were the houses and the temples, "means for an exteriorization: the hut, the habitation of the god, presuppose inhabitants, men, images of gods" [Hegel, Aesthetics]. Millennia later, architecture gained its own theory, with Vitrúvio's De Architectura: constructions should be based on three basic principles - solidity (firmitas), utility (utilitas) and beauty (venustas). In the intuitive architecture of Graeme Truslove, who signed here a new album by the Chronicle that most acts as a compilation - all pieces were composed between 2004 and 2010 -, the theory goes through the junction of two opposite ends: the electroacoustic composition in a fixed medium, and free improvisation. In other words, Intuited Architectures is a question: how do you fuse two different languages? The response will be the responsibility of the listener, who will probably be the only one who will be able to independently evaluate whether the artist has been able to accomplish what he has set out to do. What you'll find at Intuited Architectures is a mixture of electronic and analog sounds, like gigantic sound constructions rising in the void, brick over brick and cement over cement so that the final building - the piece - can last in time. Solid, useful, and even occasionally beautiful.